segunda-feira, 27 de março de 2017

Aqueles dias do fim, em que o Verão se se aproxima e um ano lectivo se começa a despedir... Em que já não somos feitas de fascínio e expectativa, mas reconhecemos com um leve sorriso a serenidade de um mundo que, embora destilado de qualquer sentido, propósito ou paz, ainda assim nos parece familiar. O céu ainda está encoberto, mas dentro do metro as caras já têm um pouco de sol. O emergir. Pressentimos a chegada daquele momento em que a acalmia nos permite olhar para trás e ver como crescemos. Os passos depois da meta, ainda a correr, mas já a desacelerar, envoltos em suor mas também em abraços, o momento em que o pulmão já está aberto e finalmente...!, finalmente pode inspirar por inteiro. Enquanto a humanidade se ilude com a promessa do vinte e quatro sobre sete, a atmosfera ainda nos lembra que a vida só é possível em alternâncias — onde existe o escuro existe também a luz, e onde existe a tempestade existe também o calor do sol, tímido, que começa a secar as poças.

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