domingo, 19 de junho de 2016

Dias ao lado de pessoas 
que não adivinham os nossos pensamentos,
que não nos falam com os olhos,
que não nos fazem brilhar os olhos
    Para quê?

Quase todas as palavras estão vazias.
Os nossos olhos estão secos.

Como pode haver dias
sem um minuto de abraço sequer?
  Como se ama sem abraçar?!

Esquecemo-nos de como se dançava
e a música não é mais preciosa.

A comunicação foi dizimada,
a meras  p a l a v r a s.
E delas perdemos o som.
E delas perdemos o relevo,
  rasgado na superfície...

Um mundo maravilhosamente fluido
e infinito
  com a sua mudança perpétua
— cortado e embalado em palavras.

E a hipocrisia de já nem saber chorar,
  sem palavras.

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