Há certas danças que são só minhas, que não mostro a ninguém porque pensariam que sou autista e isso criar-me-ia alguns problemas.
Sinto-me noutro nível da expressão humana quando abdico do controlo do meu corpo para que a música o percorra e disturbe com suaviade ou violência. Umas vezes peso na terra bruta, outras flutuo num eco prolongado. Umas vezes quebro-me no mecanismo de um relógio, outras ondulo orgânico como uma planta que estiola. Umas vezes cavalgo longos padrões crocantes, outras expludo e chafurdo na aleatoriedade. Evaporo debaixo de água e nado no vácuo dos timbres distantes. Descubro articulações novas e brado aos céus...
Só sei que nesses momentos sou completamente livre, e tenho a certeza que a dança é um instrumento da liberdade.
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